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O RANKING DE EMPREENDIMENTOS POR PORTE EMPRESARIAL NA ECONOMIA DE JOÃO PESSOA

  • Foto do escritor: Sondagem Paraíba
    Sondagem Paraíba
  • 25 de jun. de 2024
  • 5 min de leitura

Gisele Lucas dos Santos

Rayane Heloisa de Souza Silva


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de João Pessoa é o principal polo econômico da economia estadual, sendo responsável por quase 30% do PIB paraibano. O desempenho das atividades de Serviços, da Construção Civil e do Comércio têm contribuído para a posição de liderança da economia pessoense no ranking estadual. A partir desse contexto, o artigo em tela tem como principal objetivo analisar o perfil atual das empresas de João Pessoa e os setores que mais se destacam por porte empresarial.

A renda é um indicador que permite compreender o quadro geral de distribuição dos rendimentos locais e o nível de desenvolvimento socioeconômico. Por outro lado, também permite conhecer o padrão de vida das famílias. Nessa perspectiva, como está a distribuição de renda, segundo faixas de salário mínimo, na capital da Paraíba? Conforme aos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), observa-se que uma parcela significativa da população recebia, em 2022, até 2 salários mínimos, o que representava 29,7% do total. Constata-se, portanto, que quase 30% da população assalariada vivia em condições financeiras mais desafiadoras, com menor poder de compra e salários mais baixos.


João Pessoa: distribuição de renda segundo faixas de salário mínimo em 2022


Por outro lado, a distribuição salarial pessoense também revela que cerca de 29,7% dos habitantes de João Pessoa recebiam entre 4 e 10 salários mínimos, indicando uma classe média emergente ou estabelecida, com um poder de compra relativamente mais confortável. Por ser a capital da Paraíba e o polo econômico mais dinâmico do estado, João pessoa proporciona mais oportunidades de empreendimentos e geração de empregos formais, consequentemente também oferece níveis de salários mais elevados.

A faixa salarial que abrangia rendimentos de 10 a 20 salários mínimos, representava 18,8% da população no mencionado ano. De acordo com o IBGE,  enquadra-se nessa faixa salarial a  classe média alta, também conhecida como Classe B, que teria uma renda média de R$ 24.600,00 tendo como referência o valor do salário mínimo de 2024. Já na chamada Classe A estão as famílias que ganham acima de 20 salários mínimos. Essa parcela representa uma elite econômica, composta por indivíduos com renda substancialmente superior à média, desfrutando de um estilo de vida privilegiado e acesso a bens de luxo e serviços exclusivos.

O mercado consumidor de uma localidade está diretamente associado à distribuição de renda. Faz parte da gestão estratégica das empresas observar os padrões de consumo da população e compreender a distribuição da renda por faixas salariais. Entender o comportamento desses indicadores pode contribuir para o aumento das vendas e  a elevação da competitividade das mesmas.

Ao se analisar o perfil das empresas localizadas no município de João Pessoa, alguns aspectos merecem destaque. Conforme dados fornecidos pela plataforma Empresa Aqui, na economia pessoense, há uma predominância de microempresas, cuja receita bruta anual é igual ou inferior a R$ 360 mil. Este perfil empresarial se destaca na capital paraibana com um total de 88.817 microempresas registradas em 2023. Esse cenário é impulsionado, em parte, pelo crescimento populacional, a qual abre novas oportunidades para ia abertura de pequenos negócios em diversas áreas como: como prestadores de serviços pessoais, fabricantes de produtos alimentícios, têxteis, artesões, retificadores de motores, marceneiros, reparadores de máquinas diversas, eletricistas e encanadores em residências, instalador de elevadores, comerciantes de peças e acessórios usados, entre outros.


João Pessoa: quantidade de empresas por porte empresarial em 2023


Microempreendedor Individual (MEI) é uma opção acessível para os empreendedores iniciantes formalizarem sua atividade econômica. Segundo o Sebrae, “Microempreendedor Individual (MEI) é o empresário individual legalizado com receita bruta anual de até R$ 81 mil e que seja optante pelo Simples Nacional”. Aproximadamente 67% das microempresas na capital paraibana se encaixam nessa categoria, o que evidencia também uma grande quantidade de trabalhadores autônomos.


Quantidade e percentual de Microempresas que optaram

pelo MEI em João Pessoa no ano de 2023

As empresas de Pequeno Porte possuem uma receita bruta anual superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 4,8 milhões, com um total de 5.307 empreendimentos de pequeno porte no município.  As empresas de médio possui um faturamento bruto anual maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões e de grande porte com um faturamento bruto anual superior a R$ 300 milhões, elas desempenham um papel fundamental na economia, com empresas de alta complexidade. O município de João Pessoa é um importante polo industrial na Paraíba, o que se mais destaca é a indústria da construção civil e de transformação como alimentos, vestuários e têxtil.

O município de João pessoa, ao longo da sua trajetória econômica, passou por uma expansão em diversas atividades, das quais a área de empreendedorismo foi uma das que ganharam uma maior visibilidade, podendo ser definida como a criação e a ação de um negócio, em que o principal objetivo do empreendedor é gerar lucro através da venda de produtos e serviços no mercado de consumo.


Ranking dos cinco tipos de empreendimentos de grande e médio porte

em maior quantidade no município de João Pessoa em 2023


Fonte: EMPRESA AQUI


De acordo com o site Empresa Aqui João pessoa no ano de 2023 contabilizou em primeiro lugar 5.340 condomínios prediais, seguido de 815 incorporações imobiliárias, em terceiro lugar 790 serviços advocatícios, quarto lugar 736 associações sociais e em último lugar foram contabilizadas 658 organizações religiosas ou filosóficas

Através da análise do gráfico, é possível perceber que o setor empresarial está fortemente concentrado no setor imobiliário, ou seja, o ramo imobiliário vem ganhando amplitude devido a alta demanda por imóveis, ocasionado, por exemplo, pelo maior contingente populacional o que resulta em retornos crescentes para o setor.

Por ser a capital do Estado da Paraíba, João Pessoa é um polo estratégico para investimentos, o que resulta em melhores oportunidades para abertura de empreendimentos. No âmbito de pequeno porte, conforme o site Empresa Aqui, são citados em primeiro lugar 847 Corporações imobiliárias, em segundo lugar 607 construções de edifícios, em seguida 130 atividades médicas restritas a consultas, em quarto lugar 129 restaurantes e similares e em último lugar foram contabilizados 104 serviços de engenharia.


Ranking dos cinco tipos de empreendimentos de pequeno porte

em maior quantidade no município de João Pessoa em 2023

Fonte: ENPRESA AQUI


No gráfico acima, constata-se uma maior participação de investimentos no setor de incorporações imobiliárias e na construção de edifícios, o que repercute no mercado de trabalho, uma vez que mais pessoas serão empregadas, principalmente no âmbito de construção civil. De acordo com o Novo CAGED, no ano de 2023, foram admitidos com carteira assinada 17.549  trabalhadores na área de Construção Civil e  houve 15.706 desligamentos, o que gerou um saldo de emprego formal positivo de 1843 pessoas. A construção civil tem sido uma atividade econômica relevante para o crescimento da economia pessoense, todavia é importante salientar, que uma característica estrutural do referido setor é o ciclo das obras e edificações. Ao término das construções, ocorrem demissões e muitos trabalhadores não conseguem se inserir em novos postos de trabalho.

Os indicadores também revelam que, no ranking das empresas de médio e grande porte, não se observa, entre os cinco tipos mais predominantes, a presença de empresas da área da indústria de transformação. É relevante destacar que a indústria abrange uma ampla variedade de segmentos e desempenha um papel crucial na produção, distribuição e venda de bens e serviços e no desenvolvimento socioeconômico de um município.

Se, de um lado, o empreendedorismo e os pequenos e médios negócios são indispensáveis para a economia local porque geram trabalho e renda, de outro lado, é necessário reforçar o estímulo ao crescimento da participação do setor industrial, uma vez que é esse setor que amplia o nível de sofisticação tecnológica da base produtiva nacional ou local. A maior participação da indústria no Produto Interno Bruto local não só gera novos vínculos empregatícios formais como estimula a complexidade econômica e a inovação, o que contribui para uma inserção mais competitiva da economia municipal no âmbito da economia estadual e do país.

 





 
 
 

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